26/06/2004

No princípio era o... drum & voice

Estou acabado de chegar de Aveiro... Estava curioso para ver a "nova" Alanis mas devo confessar que regressei ao Porto um pouco desiludido e se não fosse o dia proporcionado pelo pessoal do AlanisUtopia (que não frequento mas que me foram apresentados lá) mais umas agradáveis surpresas (caras amigas) que fui encontrando por lá, teria dado a viagem por perdida.
Mas vamos ao que interessa... Na "iniciação a uma vida banal - O Manual", os Da Weasel diziam que "No princípio era o verbo - a palavra" e que a rima veio depois. Nesta actuação da Alanis no princípio era a bateria e a voz, os restantes instrumentos vieram depois; só por volta da 3ª música é que o som passou a contar com uma presença, ainda que tímida, do som das guitarras, teclados e baixo e só uma música depois é que se tornou realmente aceitável. Como se não bastasse, o som da bateria estava a passar por algum processo de compressão nos timbalões, o que causa uma sonoridade muito estranha e não pela positiva. Com um som assim, não se percebe o porquê da existência de um longo soundcheck. Logicamente que os fãs "a sério" (eu confesso que tenho cada vez maior dificuldade em me classificar de fã de alguma coisa porque não consigo simplesmente estar a ouvir as músicas, estou sempre a observar características sonoras e a fazer toneladas de raciocínios sobre elas) não aceitariam (ou não aceitaram) estas críticas mas, quem viu o concerto com alguma frieza, sabe do que falo e, de uma forma ou de outra, faz reparos no mesmo sentido.
O aclamado caos não cativou as pessoas presentes mas foi um dos temas deste novo disco, "Knees of My Bees" ("Utopianos", corrijam-me se estiver a dizer algum disparate), que contou com a sonoridade mais positiva de todo o concerto. A entrada para "Not The Doctor" contou com um aspecto curioso, quase "jazzístico" (usando uma expressão que os Blind Zero usaram em tempos para descrever as inúmeras versões que já tinham feito do tema "Maniac Inland").
Um tema que continuo a achar um mistério ter tanta adesão é o "Uninvited". Primeiro: a letra é quase como que a dizer "tu não és bem-vindo" e as pessoas cantam isto como se tivessem a recitar um belo poema de amor. Segundo: não me recordo de um tema exclusivo de uma banda sonora de um filme se tornar assim tão popular (ok, a inclusão dele no "MTV Unplugged" deu uma mãozinha, mas não é preciso muito para se ouvir esse disco e perceber que já ali o tema era um enorme sucesso). É um daqueles fenómenos que não vale a pena tentar perceber.
Uma curiosidade interessante é que imediatamente atrás de mim a assistir à primeira parte do Grécia - França estavam os músicos da Alanis. Acho que conseguiram perceber que: 1. o pessoal estava a apoiar a Grécia (eu incluído); 2. o futebol é vivido com uma intensidade tremenda na Europa e que nesta tour esta é apenas a primeira de muitas em que vão assistir a jogos e conversas de futebol.

22/06/2004

Nova música portuguesa fica mais pobre

Ficámos incrédulos quando recebemos a notícia: aos 24 anos (a idade do pessoal daqui da Ponte Sonora) o coração do guitarrista que dava também uma mão nos teclados dos Norton, Carlos Nunes, parou.
À família, aos restantes colegas de banda e aos amigos, o nosso mais profundo sentimento de pesar.
Como homenagem sugerimos a todos os leitores que coloquem o "Pictures From Our Thoughts" a rodar nos vossos rádios.

16/06/2004

A recuperar...

Nos últimos dias andei em trabalho pelo SBSR. Tive a oportunidade de assistir (não sei se posso usar esta palavra mas tive lá) a vários concertos de bandas nacionais e deixo aqui a minha humilde opinião.

FONZIE - estão a rockar, sem qualquer dúvida. São das bandas mais energéticas ao vivo. Pena que aquilo que eles fazem já existem há muito.

ANGER - Gosto do rock deles mas não me diz muito. Competentes ao vivo.

BLASTED MECHANISM - Foram prejudicados por tocarem antes dos Linkin Park mas o espectáculo está lá todo.

BOITE ZULEIKA - Quando ouvi a maquete deles achei alguma piada e ao vivo não acrescentam muito. Acho que foram favorecidos pelo intenso calor que se fazia sentir.

DEALEMA - Não há grandes palavras. Gosto particularmente quando a Marta (Sloppy Joe) participa...

GOMO - Impressionante ! O homem não pára. Mas é preciso ter atenção à cantoria para não desafinar...

TORANJA - Só consegui ouvir com atenção o "Chaga" a versão dos Ornatos e gostei.

DAVID FONSECA - Gostei de ouvir interpretar canções dos Silence 4, já não era sem tempo.

LOOSERS - Este trio pode ir longe. Tem garra, energia e algum afastamento das coisas. Pena que não tenham tocado o "Sounds Like Eternal"

X WIFE - Achei muito "chapa 5". Mas a atitude está lá.

WRAY GUNN - Paulo Furtado é um autentico "show man". Quando pega na guitarra incendeia. Infelizmente o seu micro não quis ajudar à festa.

PLUTO - Idem, idem, aspas, aspas. Mas aqui falamos de Manel Cruz, o antigo vocalista dos Ornatos Violeta.

CLÂ - Tive uma visão previlegiada deste concerto, não dá para comentar.

E foi tudo... em breve vou ver Mão Morta, Zen, Bunnyranch, Plaza e Xeg em Beja !

01/06/2004

Às voltas com a música da Europa

Estamos a chegar demasiado perto do Euro 2004 e foi-me proposto um desafio deveras interessante na rádio.

Estou a preparar uma série de especiais dedicados aos países que vem disputar a taça da europa.

Portugal, Espanha, Suécia, Dinamarca, França, Rússia ou Grécia são só alguns exemplos. Mas ao invés de falarmos de futebol, aproveitamos para ouvir boa música vinda desses lugares fantásticos.

E posso-vos já adiantar que teremos para todos os gostos e claro com um cunho pessoal. Posso-vos adiantar que no embate entre Portugal e Rússia vou cruzar Blasted Mechanism e um conjunto tradicional de tuva para ver quem percebe menos o que eles dizem e qual está mais nas origens.

Acho que é um desafio interessante e é um exercicio que muitas vezes nem pensamos fazer.

Alguém se lembra que, por exemplo, o Jay Jay Johanson é sueco ? Ou os The Streets ingleses ? Ou as Tatu russas ?

Fiquem atentos e talvez oiçam música que vos interesse...

E já agora apoiem Portugal neste Euro 2004.