27/11/2003

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Decidimos tomar a mais polémica decisão de sempre: mudámos o sistema de comentários !!!

Depois de vários problemas com mensagens que eram postadas e nunca chegavam a aparecer excepto no contador... e outros problemas que tais... foi a machadada final !

Agora com sistema novo e visual diferente, TU (sim, tu) podes deixar aqui o teu comentários (anteriormente conhecido por pensamento).

Nova edição da Mondo Bizarre



Esta é a capa do número #17 da zine Mondo Bizarre que se encontra disponível nas melhores lojas de discos, quiosques, discotecas, espaços públicos e até cabarets deste país.

Podem encontrar:

MONDO BIZARRE # 17 - Novembro de 2003
(edição de 4º aniversário, capa Art Chantry)

The Dirtbombs – The Mars Volta – Art Chantry – Matmos – X-Wife – Johnny Cash – The Twilight Singers – Elliott Smith - Animal Collective – Billy Childish – Rufus Wainwright – A Silver Mt. Zion – The Legendary Tiger Man – Vic Chesnutt – The Strokes - Loosers – Domino – Crammed Discs – Josh Rouse – Stealing Orchestra – 3 x BSO – Danko Jones – Sick Of It All – Desert Sessions – Iggy Pop – The Anamoanon – Firewater – Dealema – Belle & Sebastian – Sun Kill Moon – Outkast – Nautical Almanac – Paul Westerberg – Careless Talk Costs Lives.

Com alguns textinhos deste vosso amigo que vos escreve...

E não se esqueçam da festa do 4º aniversário no dia 12 de Dezembro em Lisboa (Santiago Alquimista) com More República Masónica, X-Wife, Old Jerusalem e DJ Barry 7 (dos Add N To X). Não podem faltar !

21/11/2003

O pássaro que cresceu...

Durante o último fim-de-semana tive a oportunidade de assistir a um brilhante concerto de Martina Topley-Bird. Lembram-se quem é ?

Esta é a senhora que acompanhou Tricky Kid nas suas primeiras aventuras a solo, como "Maxinquaye", "Angels With Dirty Faces" e "Nearly God".

E uso o adjectivo brilhante pois considero a sua voz uma luz ao fundo do túnel, não que a música que ela compõem tenha algo de negro, no sentido do seu mestre. Este concerto encerrou a digressão europeia de apresentação do seu disco de estreia "Quixotic" e a amalgama de sons presentes em cima daquele palco foi fantástica.

Em breve espero puder escrever mais sobre este disco e concerto... quem sabe numa DIF ao pé de vocês...

20/11/2003

Portugal na boca do Mundo com Furtado

Este título serve para falar de dois artistas dos quais eu sinto uma enorme empatia:

Paulo Furtado e Nelly Furtado

Paulo Furtado é o homem por trás de WrayGunn e Legendary Tiger Man, que editou dois discos depois da sua saída dos míticos Tédio Boys.

Com Wray Gunn a mistura de rock e blues, proxima de um Jon Spencer Blues Explosion ou Boss Hog, já o tinha feito andar um pouco pela Europa, mas com o seu projecto a solo, Legendary Tiger Man ainda chegou mais longe. A edição da "Rock & Folk" de Agosto (se não estou em erro) foi provavelmente o início da exportação desta "one man band". Furtado a solo toca quase tudo, bombo, harmónica, guitarra e canta (obviamente). Depois da edição em Espanha, França e Japão, este músico português regressou a casa e re-gravou o EP "Fuck Christmas, I Got the Blues", que acabou por se tornar num álbum. E contou com a colaboração de Paulo Miranda, pertencente aos Unplayable Sofa Guitar, e mais alguns convidados. Um dos melhores discos para se oferecer neste Natal !



E por falar em Natal... não podiamos deixar de mencionar "Folklore", a nova pérola pop da menina Nelly Furtado.

Este é o sucessor do multi-platinado "Whoa Nelly!", que rendeu à filha de açoreanos vários Grammys e o reconhecimento mundial. O seu novo trabalho é editado no dia 24 de Novembro e é um disco bastante diferente do anterior, numa clara evolução sobretudo devido à sua nova condição de mãe, segundo a própria afirma. Este disco pode-se dizer encontra-se dividido em dois lados: A e B. O lado A é mais alegre, ritmado e bem disposto (mais próximo do trabalho anterior dela). O lado B é mais calmo, introspectivo e místico. Os exemplos disto são o single "Powerless" e a canção "Island of Wonder" (com a participação de Caetano Veloso). Um disco para ouvir sem preconceitos...

16/11/2003

Stowaways mostram-se em CD

Em Setembro falei aqui dos Stowaways e referi a responsabilidade que a banda tinha para provar que há mais que o single promocional que passou com alguma insistência no 3º canal da rádio pública. Já na altura se fazia prever, dentro do meio, uma ligação entre os Stowaways e Alla Polacca, no final deste mês concretiza-se a ligação.

Os Alla Polacca e a sua editora (Bor-Land) sempre foram bastante apologistas do formato compilação e split-CD. Depois de participações em todas as compilações da sua própria label, do CD a meias com o Old Jerusalem e do mais recente "Not the White P?", o agora quinteto da Sra. da Hora (Matosinhos) divide o espaço com os Stowaways.
Neste disco são apresentados 9 temas dos Alla Polacca e 8 dos Stowaways. Os Alla recorreram ao estúdio de Viana do Castelo e ao produtor Paulo Miranda, os Stowaways contam com dois temas produzidos pelo conhecido Mário Barreiros e os restantes por Budda.

As apresentações de "We have made thousands of lonely people happy: Why Not You?" estão marcadas para as 23h30m nos dias 28 e 29; a primeira data destina-se ao Espaço Registus - Café Cultural, em Matosinhos, e a segunda ao Santiago Alquimista, em Lisboa. Os preços os bilhetes variam: no Porto bastam 3,00EUR (já há muito tempo que não via concertos com preços a baixo dos 5,00EUR); já em Lisboa os requisitos são ligeiramente mais elevados, apontando para os 5,00EUR. Em ambos os casos é possível adquirir ingresso e CD por apenas 10,00EUR (o preço sugerido pela editora apenas pelo CD é de 13,00EUR).

Why not you?


Mais informações em: http://allapolacca.org/stowaways/
ou através do e-mail da editora Bor-Land: bor_land@hotmail.com

12/11/2003

Alla Polacca "Not the White P?"


E agora ?

Os Alla Polacca estreiam-se finalmente em nome próprio e de uma forma bastante arriscada, por sinal, mas para alguns cativante.

“Not the White P?” é o título do EP que o colectivo nortenho editou à algumas semanas, depois de algumas aventuras em colectâneas e EP a meias com outros companheiros.

E porquê é uma edição arriscada ?

Este EP é composto por 4 temas quase exclusivamente interpretados ao piano. De uma forma bastante minimal, o piano ganha o lugar de relevo neste trabalho. O som desenvolvido faz-me lembrar peças clássicas de Debussy ou Shostakovich. E ao mesmo tempo a forma como grupos actuais (como Radiohead ou Muse) usam o piano em composições ligadas ao rock. Esta é a parte cativante.

Para finalizar e visto ser “Not the White P?” um disco conceptual, não podia deixar aqui a pergunta:

Afinal o que é o P ?

Para além deste disco, podem ler também sobre Mecanosphere, Fatimah X, Lolly and Brains e Stowaways na Mondo Bizarre (edição de Dezembro).

11/11/2003

Cidade de Deus

Venho escrever novamente sobre cinema e desta vez impulsionado pelo meu caro colega MS.

O que me leva a "postar" é a edição em DVD do filme "Cidade de Deus". Este filme de Fernando Meireles já foi exibido nas salas de cinema em Portugal, e com bastante sucesso, e agora vai ser editado em terras lusas.

Esta película fala sobre a "evolução" (será que se pode usar esta palavra) da favela da Cidade de Deus. A fotografia é fantástica, o enredo, os actores e a realização. Segundo os últimos rumores será mesmo nomeado para os Óscares 2003, para melhor filme estrangeiro.

Deixo aqui alguns links para vos cativar...



Comprar: Edição Espanhola e Edição Brasileira

Site Oficial (em português)

Já agora, oiçam a banda-sonora que também vale a pena...


10/11/2003

Parabéns !

Depois deste "triste" incidente com o concerto dos Blur, os Blind Zero ganham o prémio regional para "Best Portuguese Act" da MTV.

É a primeira vez que a cadeia de TV norte-americana atribui um prémio a um grupo/artista português e eu como "seguidor" só posso estar contente.

Para trás fica uma cerimónia muito fraca... apresentada por Christina Aguilera (:|) e sem grande história... (para variar nas cerimónias de entrega Europeias)...

Quando ao resto... fica para outra altura...

Alberto Almeida/Câmara Oculta


(mais informações em MTV)

Fotografia gentilmente cedida por Alberto Almeida/Câmara Oculta

05/11/2003

Blind Zero não tocam hoje com os Blur

O concertos dos Blur, promovido pela agência Smog (não confundir com a banda com o mesmo nome), já há muito que estava anunciado sempre referindo o sexteto portuense como banda de abertura. Hoje os Blind Zero apresentaram um comunicado à comunicação social onde justificam o porquê de hoje mesmo terem optado não subir ao palco do Coliseu dos Recreios.

O comunicado segue-se na íntegra.

COMUNICADO

O grupo BLIND ZERO lamenta informar que, por razões alheias à banda, não irá realizar o concerto, hoje dia 5 de Novembro com a banda inglesa BLUR.

A razão prende-se com a coacção exercida pelos promotores do concerto, empresa Smog, no sentido de que a banda aceitasse abdicar do direito de autor que lhe são, pela realização desse mesmo espectáculo, devidos.

Os Blind Zero manifestam a sua total incredulidade, perante o facto de, com tal facilidade, se procurar negar aos artistas o que de mais inalienável decorre do seu direito autoral. E a sua mais completa perplexidade quando lhes é proposta uma quantia monetária a titulo de compensação "simbólica".

Não constituindo, infelizmente, caso único, não julgamos admissível tal situação, muito menos a 24 horas da realização do mesmo. Tanto mais que este espectáculo está a ser publicitado há várias semanas, com uso explicito (nomeadamente no cartaz do evento) do nome Blind Zero.

È com grande desgosto, que a banda vê toda esta situação, não só pelos motivos atrás descritos, mas também, pelo imenso prazer que teria em tocar com os Blur.

- Fim de citação -

Pianistas (não) há muitos

Penso que é a primeira vez que vou escrever sobre cinema... Confesso que não sou crítico de cinema nem disponho de um background vasto para poder opinar de forma lúcida sobre o assunto.
Acabei de chegar de mais uma sessão de cinema do ISEP|Cultura (e desde já saúdo a Doutora Teresa Tudela pela persistência e trabalho que tem desempenhado ao longo destes anos), o filme desta terça foi um filme que para mim era totalmente desconhecido mas também é um facto que não devemos limitar-nos aos filmes que a máquina de Holywood anuncia nos autocarros, nas revistas, nos jornais, nas paragens, nas rádios (inclusivé públicas), nas televisões, na Internet e no que estiver para aparecer. "O Pianista", a realização de Roman Polanski que lhe valeu uma Palma de Ouro no festival de Cannes, está longe de ser um filme Holywoodesco ou uma história com um final feliz.
Basicamente temos o olhar de um pianista Polaco (e Judeu) que se vê confrontado com a invasão Nazi. A principal diferença para outros títulos com a mesma temática é que este pianista de nome Wladyslaw Szpilman existiu e a visão do filme é a visão que este pianista deixou imortalizada no livro com o mesmo nome que o filme (http://www.uk-fusion.com/books/the_pianist.html) com alguns toques da vivência do próprio realizador (descritos no booklet disponibilizado à entrada do auditório, como aliás tem vindo a ser costume).
Numa primeira fase temos a família e as fugas em conjunto, numa segunda fase é o desespero, a solidão, os instintos mais selvagens do ser numa tentativa desesperada de sobrevivência... As fugas, os abrigos, a fome e a vontade de tocar piano que se volta a concretizar quando, num local já totalmente arrasado, um soldado Nazi o encontra. O soldado rende-se aos encantos da música e dá-lhe uma oportunidade para se esconder. Algum tempo depois, após a chegada soviética, o mesmo soldado implora a um dos ex-prisioneiros Judeus que encontre o pianista e que este tente conceder-lhe a mesma oportunidade de viver que ele lhe concedeu. Mereceria? Não teria estado na origem de imensos terrores? Durante o filme fiquei a pensar nisto... O primeiro impacto é de pena mas não se pode fazer uma análise pela parte. Teria de haver um filme baseado na vida daquele militar para perceber quem ele era.

Poderão ser encontradas semelhanças com filmes como A Lista de Schindler ou mesmo A Vida é Bela mas a forma mais radical e crua representada em O Pianista acabam por lhe conferir um lado talvez mais realista. Chocou-me sobretudo o desespero pela sobrevivência, as fugas, a tentativa de obter coisas tão básicas como água e comida e o desespero maior de ter uma lata de comida e não ter como a abrir... Confesso que me marcou.

Mais sobre o ISEP|Cultura em http://www.isep.ipp.pt/cultura/

04/11/2003

In Her Space "No Body Needed"



"Claps removed for listener's pleasure" é a frase inscrita no interior de "No Body Needed", o disco de estreia dos In Her Space. Gravado ao vivo no Teatro Taborda em 2002 serve para demonstrar, da melhor maneira, todo o potencial que esta banda tem, sobretudo em cima do palco.

Verdade seja dita que não são escritores de canções, no formato clássico de rádio com um refrão orelhudo, mas tem composições bem estruturadas dentro de uma estética planante, "à la" Radiohead ou Sigur Rós. Quem ouve este disco tem também a sensação de "deja vú", sobretudo devido às influências, o bicho papão da música moderna. Mas não atrapalham, ou não deviam atrapalhar, na opinião sobre os In Her Space.

Quando se ouve "Demons in Cars" ou "Careless Whisper" (sim, a música que George Michael popularizou nos Wham!) tem-se a noção que existem boas direcções para um caminho longo e sinuoso mas positivo.

Critica escrita para a Mondo Bizarre.

Houdini Blues "Extravanganza"



"Extravanganza" é o título do mais recente trabalho dos alentejanos Houdini Blues. Como é explicado no interior do disco "Extravanganza" quer dizer "capricho literário, musical ou dramático" ou "composição fantástica". Não acredito que este quinteto tenha "a mania das grandezas" em relação ao seu trabalho mas antes a ousadia de dar mais um passo em frente depois da estreia com "True Life is Elsewhere". Arriscam a edição de autor e muito bem sobretudo devido a temas como "Tragic Queen" (onde Armando Teixeira deu uma mãozinha na produção), "Lobo Bom" (as composições em português destacam-se) ou "...Entre Ses Doigts" (uma música que respira Pop Dell' Arte). O ponto negativo desta aventura é a falta de meios técnicos para uma melhor gravação.

Ouvindo os dois álbuns de Houdini Blues, de seguida, sente-se a evolução de uma banda rock sem preconceitos e que faz com que o vento sopre tanto para o lado mais árido, quer para o lado mais verde de um vale ou planicíe.

Visitem a página oficial dos Houdini Blues.

Critica escrita para a Mondo Bizarre.