22/09/2004

Almodôvar (o alentejo, não o cineasta)

Recentemente tive a oportunidade de, em algumas horas, ir a Almodôvar (a parte mais sul do alentejo) para assistir a cinco concertos de banda portuguesas e também fazer uma sessão de DJ.

Blind Zero, Wraygunn, Expensive Soul com a Jaguar Band, Flux e Quinteto Tati eram as seleccionadas para uma noite quente mas com um público tipo "semi-frio".

Ainda o público escasseava e aqui o artista (ou xerife como alguns me gostam de chamar) estava a tentar entreter os presente com alguns temas tipo "Zuvi Zeva Novi" (Mler If Dada), "Feeling Alive" (Gomo) ou "Baby" (a versão em inglês dos Mutantes).

Mas por volta das 22h começou o espectáculo ! JP Simões subiu ao palco e gabou os alentejanos de uma longa tradição de alheiras, ou seria plantação de tomates?! Mas sobretudo encantou quem passou os preconceitos e ouviu as canções fantásticas de "Exilio", o disco de estreia do Quinteto Tati. Durante as conversas de bastidores ele confessou-me que a ópera que compôs será editado, assim como um novo disco. Ficamos à espera de ouvir isso.

Entre as mudanças de palco, eu continuava a tentar pôr o pessoal a bater o pézinho e catarolar algumas musicas. E até aconteceu bastante graças a um grupo de pitas que estava na 1ª fila (alguma fã à espreita ?).

Entretanto chega a vez dos Flux. Eficazes, certos mas a precisarem de rodagem. Tem boas canções, bons músicos e um vocalista bastante teatral mas sem cair no exagero. "Twisted" mostrou-se como uma forte canção de rock, pena que o pessoal goste mais dos Evanescence.

Os Expensive Soul subiram logo após e não há muitas palavras para o Max e o Demo. Foram grandes ! Boas canções, atitude, boas vibrações e uma grande presença em palco. Imaginem um punhado de temas r'n'b e hip hop cantadas em português e com um "groove" desgraçado. Se gostam de canções descontraídas (estilo MTV) para ouvir a qualquer altura do dia procurem "BI" nas lojas. Vale a pena !

Quase a terminar a noite e com a adrenalina ao máximo o palco foi invadido (literalmente) pelos Wraygunn, ou deva-se dizer Paulo Furtado aka Legendary Tiger Man. Confesso que já conheço o Paulo há algum tempo e tornamos-nos bons amigos desde que trabalhamos juntos e só por isso torna-se difícil ter uma opinião que não seja positiva. Mas este concerto fica marcado pelo final com Furtado a subir ao sistema de som (PA) e a cantar (sem microfone) para o público. Quando tentava cantar "a capella" apenas com um megafone e a banda insistiu para tocar, ele parou tudo ! E partiu tudo ! Isto é rock n roll !

Já quando o cansaço atingia os corpos mais completos (tipo o meu), os Blind Zero sentaram-se (sim!) em palco e apresentaram um set acústico. Baseado sobretudo no último trabalho de originais "A Way To Bleed Your Lover", os BZ deram um concerto único.

Uma palavra final para o público... só as camadas mais novas é que mexeram ! Toca a arrebitar !

p.s. as alentejanas vão conquistar o mundo... fiquem atentos...

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