Com algum atraso mas não podia deixar de postar aqui o meus sinceros parabéns e enorme apreço pelo artista que é Carlos do Carmo.
É daqueles cantores que me faz arrepiar cada vez que o oiço interpretar alguma canção.
E acho que tem sido coerente ao longo de 40 anos de carreira, que os celebrou no Coliseu dos Recreios em dois concertos únicos.
Parabéns Sr. Carlos do Carmo ! Parabéns !
p.s. afinal existe página oficial... www.carlosdocarmo.com (mas fica a nota que nos motores de busca não aparece...)
28/10/2003
22/10/2003
Abaixo de Zero...
Foi assim que Jorge Palma disse que se iam chamar os Blind Zero se fossem a banda suporte dele na próxima digressão...
Ontem à noite, os Blind Zero encheram o palco do auditório A da Antena 3 em mais um concerto promovido pela "Portugália" de Henrique Amaro.
O concerto centrou-se 99% em temas do novo disco "A Way to Bleed Your Lover" demonstrando que ao vivo as canções do grupo liderado por Miguel Guedes tem outra força... outra energia...
Confesso que o disco parece-me demasiado de estúdio com um papel muito importante do produtor Mário Barreiros, não querendo isto dizer que não goste. A sonoridade tipicamente "deserta" com referência claras a Elvis Presley ou Springsteen transporta-os para outro plano, que curiosamente está bastante na moda.
O concerto durou pouco mais de 1 hora, devido aos horários de rádio, e terminou com os belos momentos "Sad Empire" com Miguel Guedes a ser acompanhado pelo teclado de Miguel Ferreira, os dois sós em palco... e "Another One" para mim a grande canção do álbum "One Silent Accident".
Fica aqui a nota positiva também para a digressão intitulada "Tour de Force" que termina por pequenos bares, clubes e discotecas...
Podem ler os comentários dos próprios BZ no Blog da Digressão.
Ontem à noite, os Blind Zero encheram o palco do auditório A da Antena 3 em mais um concerto promovido pela "Portugália" de Henrique Amaro.
O concerto centrou-se 99% em temas do novo disco "A Way to Bleed Your Lover" demonstrando que ao vivo as canções do grupo liderado por Miguel Guedes tem outra força... outra energia...
Confesso que o disco parece-me demasiado de estúdio com um papel muito importante do produtor Mário Barreiros, não querendo isto dizer que não goste. A sonoridade tipicamente "deserta" com referência claras a Elvis Presley ou Springsteen transporta-os para outro plano, que curiosamente está bastante na moda.
O concerto durou pouco mais de 1 hora, devido aos horários de rádio, e terminou com os belos momentos "Sad Empire" com Miguel Guedes a ser acompanhado pelo teclado de Miguel Ferreira, os dois sós em palco... e "Another One" para mim a grande canção do álbum "One Silent Accident".
Fica aqui a nota positiva também para a digressão intitulada "Tour de Force" que termina por pequenos bares, clubes e discotecas...
Podem ler os comentários dos próprios BZ no Blog da Digressão.
18/10/2003
Belo início de fim-de-semana
Bem, desta vez vou ser explicitamente subjectivo e falar de algo que me agradou particularmente. Acabei de chegar do Blá Blá, onde Old Jerusalem e Bonnie 'Prince' Billy se apresentaram ao vivo. Ambos os projectos subiram ao palco com dois músicos e ambos contaram com um ou outro tema "a solo".
Cabos (dos trabalhos)
Francisco começou da pior forma; a sua guitarra teimava em não dar som cá para fora. Aqui notou-se claramente a falta de roadies e técnicos para resolver o problema com a maior brevidade possível e sem aspectos que se podem considerar de alguma imaturidade.
Depois de resolvidos os problemas, a dupla Old Jerusalem acabou por brilhar, com o público do seu lado. Nestas coisas há sempre o risco da primeira banda, sobretudo sendo portuguesa, ser quase que "despachada" pela audiência, o que não foi o caso e os temas de April e do split-CD com os Alla Pollaca serviram de petisco para a "jantarada" que estava para vir.
Contrariamente a concertos anteriores, Francisco e Miguel optaram por usar apenas guitarras como base musical, deixando de lado a caixa de ritmos que usaram nos seus primeiros concertos.
Simplicidade = beleza
Há uns anos atrás o motor de pesquisa Altavista dizia que simplicidade era beleza. Não podia estar mais de acordo no que toca a Will Oldham. Nem o facto de ser um dos nomes mais importantes do mundo na onda "new country" / "americana" faz com que este song-writer crie qualquer tipo de distâncias com o público. A forma como olhava os presentes, logo nos primeiros temas, revelava uma simplicidade e proximidade pouco usual em artistas deste nível. Contudo a interacção com o público não foi abundante (três breves momentos).
Para uma pessoa que não é definitivamente daquele meio e que pouco dormiu, como era o meu caso, o número de canções acaba por se tornar excessivo mas isso não tira qualquer tipo de magia ao espectáculo.
Um momento curioso foi a dedicatória de um dos seus temas à dupla que abriu a noite.
Durante metade (ou mais) do concerto, um ruído irritante persistia no som... Só já num estado avançado da actuação é que são desligadas as luzes que estavam a provocar aquele conflito de frequências (não, não vou entrar no campo da Física para explicar o fenómeno, até porque corro o risco de cometer alguns erros).
Old 'Prince' Billy
Não é difícil encontrar pontos de contacto entre os dois projectos... Estilos musicais, forma de olhar para a plateia (e ambos fazem expressões de cara dignas de registo), número de elementos em palco são apenas alguns dos aspectos comuns, que talvez sejam justificáveis pelo facto de Francisco (o mentor dos Old Jerusalem) assumir a influência de Oldham nos temas que compõe.
Concertos assim dão gosto e valem bem mais do que os 11,00EUR pedidos pelo bilhete.
Resta-me dar os parabéns à co-organização MICE e "O Rouco" pela coragem que tiveram em investir neste concerto. Mais eventos destes um pouco por todo o país precisam-se.
Cabos (dos trabalhos)
Francisco começou da pior forma; a sua guitarra teimava em não dar som cá para fora. Aqui notou-se claramente a falta de roadies e técnicos para resolver o problema com a maior brevidade possível e sem aspectos que se podem considerar de alguma imaturidade.
Depois de resolvidos os problemas, a dupla Old Jerusalem acabou por brilhar, com o público do seu lado. Nestas coisas há sempre o risco da primeira banda, sobretudo sendo portuguesa, ser quase que "despachada" pela audiência, o que não foi o caso e os temas de April e do split-CD com os Alla Pollaca serviram de petisco para a "jantarada" que estava para vir.
Contrariamente a concertos anteriores, Francisco e Miguel optaram por usar apenas guitarras como base musical, deixando de lado a caixa de ritmos que usaram nos seus primeiros concertos.
Simplicidade = beleza
Há uns anos atrás o motor de pesquisa Altavista dizia que simplicidade era beleza. Não podia estar mais de acordo no que toca a Will Oldham. Nem o facto de ser um dos nomes mais importantes do mundo na onda "new country" / "americana" faz com que este song-writer crie qualquer tipo de distâncias com o público. A forma como olhava os presentes, logo nos primeiros temas, revelava uma simplicidade e proximidade pouco usual em artistas deste nível. Contudo a interacção com o público não foi abundante (três breves momentos).
Para uma pessoa que não é definitivamente daquele meio e que pouco dormiu, como era o meu caso, o número de canções acaba por se tornar excessivo mas isso não tira qualquer tipo de magia ao espectáculo.
Um momento curioso foi a dedicatória de um dos seus temas à dupla que abriu a noite.
Durante metade (ou mais) do concerto, um ruído irritante persistia no som... Só já num estado avançado da actuação é que são desligadas as luzes que estavam a provocar aquele conflito de frequências (não, não vou entrar no campo da Física para explicar o fenómeno, até porque corro o risco de cometer alguns erros).
Old 'Prince' Billy
Não é difícil encontrar pontos de contacto entre os dois projectos... Estilos musicais, forma de olhar para a plateia (e ambos fazem expressões de cara dignas de registo), número de elementos em palco são apenas alguns dos aspectos comuns, que talvez sejam justificáveis pelo facto de Francisco (o mentor dos Old Jerusalem) assumir a influência de Oldham nos temas que compõe.
Concertos assim dão gosto e valem bem mais do que os 11,00EUR pedidos pelo bilhete.
Resta-me dar os parabéns à co-organização MICE e "O Rouco" pela coragem que tiveram em investir neste concerto. Mais eventos destes um pouco por todo o país precisam-se.
10/10/2003
Prémios MTVE Portugal - os nomeados são...
David Fonseca
Blind Zero
Primitive Reason
Fonzie
Blasted Mechanism
Foram finalmente anunciados e ao contrário do que algumas pessoas pensavam o voto não foi para artistas da música ligeira... só pesos pesados...
Agora e até dia 6 de Novembro (que vontade que tenho de lá estar) podem votar por aqui e podem saber todas as informações no site oficial da MTV.
Blind Zero
Primitive Reason
Fonzie
Blasted Mechanism
Foram finalmente anunciados e ao contrário do que algumas pessoas pensavam o voto não foi para artistas da música ligeira... só pesos pesados...
Agora e até dia 6 de Novembro (que vontade que tenho de lá estar) podem votar por aqui e podem saber todas as informações no site oficial da MTV.
Último adeus ao velho Alvalade...
Pois é... acabei de descobrir que a RTP vai transmitir amanhã (!!!) 6ªfeira, todos os concertos do Festival Galp Energia ao Vivo.
Este festival foi o encerramento oficial do velho Estádio José de Alvalade e contou com a presença de Xutos & Pontapés, Sérgio Godinho, Caetano Veloso, Pedro Abrunhosa, David Fonseca e Cabeças no Ar no palco principal. No secundário, Mesa, Sloppy Joe, Micro, Yellow W Van e Toranja intercalaram com os restantes.
Foi um dia cheio de calor, mais gente do que eu estava à espera e infelizmente muito trabalho...
Quem não esteve lá pode assistir a um bocado dos espectáculos via RTP1, num programa de 2 horas que irá começar pela 1h40 da manhã (Guia RTP).
Se não puderem ver... programem o vídeo !
Este festival foi o encerramento oficial do velho Estádio José de Alvalade e contou com a presença de Xutos & Pontapés, Sérgio Godinho, Caetano Veloso, Pedro Abrunhosa, David Fonseca e Cabeças no Ar no palco principal. No secundário, Mesa, Sloppy Joe, Micro, Yellow W Van e Toranja intercalaram com os restantes.
Foi um dia cheio de calor, mais gente do que eu estava à espera e infelizmente muito trabalho...
Quem não esteve lá pode assistir a um bocado dos espectáculos via RTP1, num programa de 2 horas que irá começar pela 1h40 da manhã (Guia RTP).
Se não puderem ver... programem o vídeo !
Quotas da rádio voltam a passar pelo parlamento
Depois de muitos debates da treta na televisão e na rádio, o parlamento volta a falar em quotas de rádio. O que se pretende, dizem eles, é apoiar a música portuguesa.
Não deixa de ser curioso que, desde 1992 (se não estou em erro), existe uma lei que define que as rádios devem passar 40% de música portuguesa (excepto as que requererem o estatuto de rádio temática). Rapidamente se observa que muito poucas rádios cumprem estes valores e nunca se viu um artista ou uma editora a levantar processos legais que seriam garantidamente ganhos porque a lei é clara. Como é que os nossos políticos querem resolver a questão? Ajustando os limites, que podem ir até 50% das músicas emitidas pelas rádios. Se uma rádio não cumpre os 40%, irá cumprir qualquer outro limite? Quem vai fiscalizar? As editoras? Os músicos? O Estado?
Música portuguesa ou europeia?
Antes de colocarmos números nas coisas devemos questionarmo-nos: queremos música portuguesa em abundância? Será que o número de ouvintes regulares de rádio se vai manter ou aumentar com a entrada de mais música portuguesa nas rádios? Sem fazer grandes análises, não creio que funcione e um exemplo claro disso é que o grupo de rádios que lidera as audiências não cumpre cerca de metade dos requisitos actuais (e o principal canal do grupo, que alguém escreveu algures que cumpria, tem muito pouca música), mas por outro lado temos as rádios públicas a apostar cada vez mais em trabalhos nacionais e a obterem bons resultados.
O que me vem mais à ideia nestas leis dos limites da rádio é que contrariam tudo o resto. Fala-se de uma Europa mais aberta, de maior liberdade na União Europeia, na criação de condições para intercâmbio artístico e, depois, está-se a querer que as rádios fiquem mais fechadas ao mercado Europeu impondo mais música portuguesa. E o resto da Europa? E o resto do Mundo? Um sistema de quotas na linha do que é defendido pelo CDS/PP representaria apenas 50% (no máximo) para música de todo o mundo onde não houvesse relação directa ou indirecta com Portugal. Se tivermos em linha de conta que mais de 60% da música comercializada em Portugal pode ser classificada como americana, a proporção seria 30% desta origem no nosso sistema de quotas e apenas 20% para o resto do mundo (onde se inclui a Europa), o que significa que se estão a colocar grandes obstáculos às bandas Espanholas, Francesas, etc. para entrar no nosso mercado e, desta feita, ficamos com os horizontes cada vez mais limitados. Se os restantes países da União tomarem medidas semelhantes, corremos o risco de nos transformarmos numa Europa falsamente unida, em que o princípio de união só serve interesses económico-financeiros e não interesses sócio-culturais.
Qualquer tipo de quota é algo constantemente problemático mas, a existir, que ao menos salvaguardasse os interesses europeus para que realmente se criasse uma cultura europeia, que passa necessariamente pela criação de circuitos musicais à escala da União. As rádios têm um papel preponderante no sucesso destas iniciativas.
Em que equipa é que jogas
Algo que não passou despercebido a ninguém que assistiu ao debate através da ARtv (porque o Serviço Público de Televisão limita-se a acompanhar apenas questões polémicas e debates do estado da nação, e este Governo ainda manda extinguir a RTP2, ou seja, a emissão de debates parlamentares vai tornar-se apenas acessível às elites, mas isso são outras conversas), reparou na presença do homem forte da subsidiária da maior multinacional de música (Tozé Brito, da Universal Music Portugal). Não deixa de ser uma presença importante mas por um lado temos a voz do Sr. Tozé Brito que quer mais música portuguesa, por outro lado temos os interesses da editora que quer promover Eminems, No Doubts e afins. Quer isto dizer que a mesma editora que está a dar prémios às rádios para levarem animadores e ouvintes aos EUA para verem concertos a troco de maior air-play dessas bandas é a mesma que quer mais música portuguesa nas rádios, que a partir do momento que as rádios passem mais também investirão mais, etc., etc., etc.. Acontece que isto é falacioso, é o tipo de resposta politicamente correcta para justificar não-se-sabe-bem-o-quê; as rádios queixam-se que não passam mais porque não há muita coisa, as editoras dizem que só fazem mais quando as rádios passarem mais o que já existe, se as rádios passarem mais o que já existe deixa de haver necessidade de fazer mais porque é sinal que já está o mercado constituído.
Exportação condicionada
Com o tipo de propostas apresentadas e com a lei em vigor, Portugal não demonstra qualquer tipo de abertura à música estrangeira, sobretudo a europeia, e isto pode vir a ser uma arma usada contra nós. Com que propósito é que uma distribuidora Alemã vai querer distribuir discos de uma banda portuguesa se, por outro lado, não consegue colocar os discos das bandas alemãs que distribui no circuito português? Ou há realmente o factor qualidade ou então essa empresa irá preferir dar relevo a uma banda alemã que faça algo parecido porque sabe que vai conseguir melhores resultados. Portanto os artistas portugueses devem pensar bem se lhes interessa ficar confinados a este canto à beira mar plantado (e aí defendem as propostas e o cumprimento da actual lei) ou se querem alargar horizontes e permitir a criação de condições sócio-culturais para uma União Europeia plural (e aí estão contra este esquema de limites ou defendem limitações que ofereçam mais-valias aos nossos vizinhos europeus).
Não deixa de ser curioso que, desde 1992 (se não estou em erro), existe uma lei que define que as rádios devem passar 40% de música portuguesa (excepto as que requererem o estatuto de rádio temática). Rapidamente se observa que muito poucas rádios cumprem estes valores e nunca se viu um artista ou uma editora a levantar processos legais que seriam garantidamente ganhos porque a lei é clara. Como é que os nossos políticos querem resolver a questão? Ajustando os limites, que podem ir até 50% das músicas emitidas pelas rádios. Se uma rádio não cumpre os 40%, irá cumprir qualquer outro limite? Quem vai fiscalizar? As editoras? Os músicos? O Estado?
Música portuguesa ou europeia?
Antes de colocarmos números nas coisas devemos questionarmo-nos: queremos música portuguesa em abundância? Será que o número de ouvintes regulares de rádio se vai manter ou aumentar com a entrada de mais música portuguesa nas rádios? Sem fazer grandes análises, não creio que funcione e um exemplo claro disso é que o grupo de rádios que lidera as audiências não cumpre cerca de metade dos requisitos actuais (e o principal canal do grupo, que alguém escreveu algures que cumpria, tem muito pouca música), mas por outro lado temos as rádios públicas a apostar cada vez mais em trabalhos nacionais e a obterem bons resultados.
O que me vem mais à ideia nestas leis dos limites da rádio é que contrariam tudo o resto. Fala-se de uma Europa mais aberta, de maior liberdade na União Europeia, na criação de condições para intercâmbio artístico e, depois, está-se a querer que as rádios fiquem mais fechadas ao mercado Europeu impondo mais música portuguesa. E o resto da Europa? E o resto do Mundo? Um sistema de quotas na linha do que é defendido pelo CDS/PP representaria apenas 50% (no máximo) para música de todo o mundo onde não houvesse relação directa ou indirecta com Portugal. Se tivermos em linha de conta que mais de 60% da música comercializada em Portugal pode ser classificada como americana, a proporção seria 30% desta origem no nosso sistema de quotas e apenas 20% para o resto do mundo (onde se inclui a Europa), o que significa que se estão a colocar grandes obstáculos às bandas Espanholas, Francesas, etc. para entrar no nosso mercado e, desta feita, ficamos com os horizontes cada vez mais limitados. Se os restantes países da União tomarem medidas semelhantes, corremos o risco de nos transformarmos numa Europa falsamente unida, em que o princípio de união só serve interesses económico-financeiros e não interesses sócio-culturais.
Qualquer tipo de quota é algo constantemente problemático mas, a existir, que ao menos salvaguardasse os interesses europeus para que realmente se criasse uma cultura europeia, que passa necessariamente pela criação de circuitos musicais à escala da União. As rádios têm um papel preponderante no sucesso destas iniciativas.
Em que equipa é que jogas
Algo que não passou despercebido a ninguém que assistiu ao debate através da ARtv (porque o Serviço Público de Televisão limita-se a acompanhar apenas questões polémicas e debates do estado da nação, e este Governo ainda manda extinguir a RTP2, ou seja, a emissão de debates parlamentares vai tornar-se apenas acessível às elites, mas isso são outras conversas), reparou na presença do homem forte da subsidiária da maior multinacional de música (Tozé Brito, da Universal Music Portugal). Não deixa de ser uma presença importante mas por um lado temos a voz do Sr. Tozé Brito que quer mais música portuguesa, por outro lado temos os interesses da editora que quer promover Eminems, No Doubts e afins. Quer isto dizer que a mesma editora que está a dar prémios às rádios para levarem animadores e ouvintes aos EUA para verem concertos a troco de maior air-play dessas bandas é a mesma que quer mais música portuguesa nas rádios, que a partir do momento que as rádios passem mais também investirão mais, etc., etc., etc.. Acontece que isto é falacioso, é o tipo de resposta politicamente correcta para justificar não-se-sabe-bem-o-quê; as rádios queixam-se que não passam mais porque não há muita coisa, as editoras dizem que só fazem mais quando as rádios passarem mais o que já existe, se as rádios passarem mais o que já existe deixa de haver necessidade de fazer mais porque é sinal que já está o mercado constituído.
Exportação condicionada
Com o tipo de propostas apresentadas e com a lei em vigor, Portugal não demonstra qualquer tipo de abertura à música estrangeira, sobretudo a europeia, e isto pode vir a ser uma arma usada contra nós. Com que propósito é que uma distribuidora Alemã vai querer distribuir discos de uma banda portuguesa se, por outro lado, não consegue colocar os discos das bandas alemãs que distribui no circuito português? Ou há realmente o factor qualidade ou então essa empresa irá preferir dar relevo a uma banda alemã que faça algo parecido porque sabe que vai conseguir melhores resultados. Portanto os artistas portugueses devem pensar bem se lhes interessa ficar confinados a este canto à beira mar plantado (e aí defendem as propostas e o cumprimento da actual lei) ou se querem alargar horizontes e permitir a criação de condições sócio-culturais para uma União Europeia plural (e aí estão contra este esquema de limites ou defendem limitações que ofereçam mais-valias aos nossos vizinhos europeus).
09/10/2003
Xutos & Pontapés rolam...
Como não podia deixar de ser tinha de deixar aqui umas linhas sobre a vinda dos Rolling Stones a Portugal. E sobretudo sobre a actuação dos Xutos.
Sobre as "pedras rolantes" aquilo que se pode dizer é... Mick Jagger continua com uma energia incrível, raramente pára e sabe o que precisa de fazer para animar um público. O Keith Richards vai-se aguentado mas como diz o Robin Williams no seu espectáculo da Broadway "Quando o Mundo acabar ele será o único humano sobrevivente e estará na companhia de 5 baratas..." :D
Acima de tudo aquilo que mais me impressionou foi o palco... confesso... já sabia como era e como funcionava mas fiquei de boca aberta com a estrutura...
E daqui partimos para os Xutos. Foi para ocuparem o mesmo palco que os seus ídolos, principalmente a ligação de Richards com Zé Pedro (e que entrevista notável no dia seguinte no Jornal da Tarde da RTP1), que a banda liderada por Tim gastou alguns trocos...
Durante 30 minutos tocaram "Sémen", "Fim do Mês" (podiam ter escolhido outra), "Homem do Leme", "Remar Remar" (uma das minhas favoritas), "Vida Malvada", "Contentores" e "Casinha" (as duas últimas já com o público todo em delírio).
Ficam na memórias de todos !
Sobre as "pedras rolantes" aquilo que se pode dizer é... Mick Jagger continua com uma energia incrível, raramente pára e sabe o que precisa de fazer para animar um público. O Keith Richards vai-se aguentado mas como diz o Robin Williams no seu espectáculo da Broadway "Quando o Mundo acabar ele será o único humano sobrevivente e estará na companhia de 5 baratas..." :D
Acima de tudo aquilo que mais me impressionou foi o palco... confesso... já sabia como era e como funcionava mas fiquei de boca aberta com a estrutura...
E daqui partimos para os Xutos. Foi para ocuparem o mesmo palco que os seus ídolos, principalmente a ligação de Richards com Zé Pedro (e que entrevista notável no dia seguinte no Jornal da Tarde da RTP1), que a banda liderada por Tim gastou alguns trocos...
Durante 30 minutos tocaram "Sémen", "Fim do Mês" (podiam ter escolhido outra), "Homem do Leme", "Remar Remar" (uma das minhas favoritas), "Vida Malvada", "Contentores" e "Casinha" (as duas últimas já com o público todo em delírio).
Ficam na memórias de todos !
Lei(s) da Rádio
Nos últimos tempos a falta de tempo, os novos projectos e a materialização da PS as missivas aqui tem sido poucas mas espero retomar assim um ciclo.
O 1º que aqui ponho está ligado directamente com a minha profissão e o meio onde trabalho, a Rádio.
Nos últimos dias, e desculpem as imprecisões de datas mas o cansaço também ataca, foi debatido no Parlamento Português duas propostas de lei para a "Lei da Rádio".
Uma apresentada pelo CDS/PP e outra pelo PS, com pequenas alterações de fundo mas no geral o que diferencia as duas são os valores propostos.
Quem tiver vontade e muita paciência para ler tudo visitem o Blog do Cimbalino que gentilmente postou lá tudo.
Aquilo que me leva a escrever nisto tudo é... quem vai regulamentar as rádios ?
Fica a pergunta no ar para futuras missivas tentar adiantar mais com a ajuda do meu caro Manuel.
O 1º que aqui ponho está ligado directamente com a minha profissão e o meio onde trabalho, a Rádio.
Nos últimos dias, e desculpem as imprecisões de datas mas o cansaço também ataca, foi debatido no Parlamento Português duas propostas de lei para a "Lei da Rádio".
Uma apresentada pelo CDS/PP e outra pelo PS, com pequenas alterações de fundo mas no geral o que diferencia as duas são os valores propostos.
Quem tiver vontade e muita paciência para ler tudo visitem o Blog do Cimbalino que gentilmente postou lá tudo.
Aquilo que me leva a escrever nisto tudo é... quem vai regulamentar as rádios ?
Fica a pergunta no ar para futuras missivas tentar adiantar mais com a ajuda do meu caro Manuel.
Subscrever:
Mensagens (Atom)