Bem, desta vez vou ser explicitamente subjectivo e falar de algo que me agradou particularmente. Acabei de chegar do Blá Blá, onde Old Jerusalem e Bonnie 'Prince' Billy se apresentaram ao vivo. Ambos os projectos subiram ao palco com dois músicos e ambos contaram com um ou outro tema "a solo".
Cabos (dos trabalhos)
Francisco começou da pior forma; a sua guitarra teimava em não dar som cá para fora. Aqui notou-se claramente a falta de roadies e técnicos para resolver o problema com a maior brevidade possível e sem aspectos que se podem considerar de alguma imaturidade.
Depois de resolvidos os problemas, a dupla Old Jerusalem acabou por brilhar, com o público do seu lado. Nestas coisas há sempre o risco da primeira banda, sobretudo sendo portuguesa, ser quase que "despachada" pela audiência, o que não foi o caso e os temas de April e do split-CD com os Alla Pollaca serviram de petisco para a "jantarada" que estava para vir.
Contrariamente a concertos anteriores, Francisco e Miguel optaram por usar apenas guitarras como base musical, deixando de lado a caixa de ritmos que usaram nos seus primeiros concertos.
Simplicidade = beleza
Há uns anos atrás o motor de pesquisa Altavista dizia que simplicidade era beleza. Não podia estar mais de acordo no que toca a Will Oldham. Nem o facto de ser um dos nomes mais importantes do mundo na onda "new country" / "americana" faz com que este song-writer crie qualquer tipo de distâncias com o público. A forma como olhava os presentes, logo nos primeiros temas, revelava uma simplicidade e proximidade pouco usual em artistas deste nível. Contudo a interacção com o público não foi abundante (três breves momentos).
Para uma pessoa que não é definitivamente daquele meio e que pouco dormiu, como era o meu caso, o número de canções acaba por se tornar excessivo mas isso não tira qualquer tipo de magia ao espectáculo.
Um momento curioso foi a dedicatória de um dos seus temas à dupla que abriu a noite.
Durante metade (ou mais) do concerto, um ruído irritante persistia no som... Só já num estado avançado da actuação é que são desligadas as luzes que estavam a provocar aquele conflito de frequências (não, não vou entrar no campo da Física para explicar o fenómeno, até porque corro o risco de cometer alguns erros).
Old 'Prince' Billy
Não é difícil encontrar pontos de contacto entre os dois projectos... Estilos musicais, forma de olhar para a plateia (e ambos fazem expressões de cara dignas de registo), número de elementos em palco são apenas alguns dos aspectos comuns, que talvez sejam justificáveis pelo facto de Francisco (o mentor dos Old Jerusalem) assumir a influência de Oldham nos temas que compõe.
Concertos assim dão gosto e valem bem mais do que os 11,00EUR pedidos pelo bilhete.
Resta-me dar os parabéns à co-organização MICE e "O Rouco" pela coragem que tiveram em investir neste concerto. Mais eventos destes um pouco por todo o país precisam-se.
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