05/08/2003

Opinião: Serviço Público de Rádio-difusão

Por razões que a razão desconhece, deitei-me tarde esta noite... Duas horas depois um sonho, pesadelo ou uma realidade paralela fez-me acordar... Pus o disco de Jorge Palma (No Tempo dos Assassinos - CD2) e voltei a adormecer... Um mosquito resolve despertar-me uma hora depois e, visto que o meu leitor de CDs só aceita 1 disco lá metido de cada vez (já experimentei colocar 2, um sobre o outro mas a gaveta nem sequer fechou) e a hora não era propícia para andar a ver e escolher CDs para ouvir, resolvi mudar para as rádios..
Na RDP Antena 3 passava a repetição do programa mais insuportável da rádio portuguesa (até a publicidade dos canais privados consegue ser mais apelativa), um programa que nada tem a ver com o lema da rádio ("Mais Música Nova"). Foi na RDP Antena 1 que encontrei refúgio...
A renovada RDP Antena 1 tem-me agradado imenso, talvez faltem informativos musicais mas tirando isso está lá tudo: debates, música ao vivo, música sem ser ao vivo, notícias da actualidade, programas de ciência e tecnologia (uma versão "radializada" do programa 2010 que fazia parte da moribunda RTP2 e agora na NTV, como se aquilo fosse um programa regionalista ou regionalizado), desporto (como sempre o futebol e as negociatas em torno do futebol são o prato forte, para desgosto daqueles que gostam de desporto pelo desporto), leitura... Esta quase-manhã ouvi coisas que jamais esperaria ouvir: primeiro Sérgio Godinho com um tema do seu "Irmão do Meio", nenhuma surpresa até aqui; depois Sloppy Joe com Pedro Luís e a Parede com o tema "O Calor", uma agradável surpresa que se prolongou com mais um ou dois temas até ao novo adormecer. Afinal a Música Nova, quando não está na Antena 3, está na histórica irmã mais velha Antena 1. Assim vale a pena ter serviço público de rádio-difusão!

Adaptando o já conhecido slogan da RDP Antena 1: Liguem a rádio, liguem a RDP!

Ah! Daqui a dias vou para o Sudoeste... Espero ter papel e memória suficiente no telefone para depois comentar aqui todas as prestações Tugas no festival da Zambujeira do Mar. Fotografias... Errrrr... Não vai ser para já mas fica a promessa que com o decorrer deste Blog isso se vai tornar real.

E já que falo em festivais e esta é uma PONTE que liga os sons e as cidades, sinto-me triste por verificar que festivais como o recente Festival do Tejo têm tanta projecção nas rádios e na Internet e todos os anos, desde há 12 anos, o Porto tem o festival de música com maior número de edições realizadas, 100% português e com um preço de entrada para os dois dias praticamente insignificante. Para desgosto meu, como Portuense e amante das NOITES RITUAL ROCK, não vejo nenhum media - excepção feita à extinta NFM-Porto - a dar a importância devida a este evento. É um evento não só com história, que apenas se poderá tentar comparar a um Vilar de Mouros, visto que os restantes festivais aparecem já com intuitos comerciais, mas também com qualidade (muitas bandas actualmente de referência passaram por lá ainda sem disco, como é o caso dos Blind Zero, Blasted Mechanism, entre muitos outros). É uma pena que um festival urbano como este, de forte aposta em novos talentos e afirmação de outros já consagrados, se limite a ser rescaldado nas rádios em apenas 5 minutos e numa coluna de jornal. Onde está a deslocação de meios técnicos e humanos em massa que os media fazem para um Alvalade/GALP-Energia, um Vilar de Mouros, um Festival do Tejo, um Sudoeste, um Paredes de Coura? Onde está a televisão? Não basta jornais, rádios e cinemas oferecerem bilhetes, é preciso cobertura, transmitir ao país o espírito, o som, a alegria. Façam pressão junto das rádios oficiais do evento, garanto-vos que não se vão arrepender.
Em breve poderão saber tudo sobre as Ritual Rock 2003 em http://www.xinfrim.pt/nrr2003/.

Depois dos artigos noticiosos do Sudoeste voltarei com mais opinião.

1 comentário:

Anónimo disse...

intiresno muito, obrigado