29/08/2003

Portugueses só no palco secundário

O último dia de Sudoeste só contou com presenças portuguesas no palco secundário. Começou com os Spelling Nadja, cujos temas se enquadrariam perfeitamente na melhor banda sonora de um bom filme. A sonoridade quase que nos leva a viajar pela nossa imaginação, o que explica em muito o facto dos espectadores se encontrarem sentados ou deitados. Também fizemos a experiência e revelou-se de facto relaxante, conduzindo rapidamente a divagações sobre viagens e ao avivar da memória para pormenores de viagens feitas que, no momento, passaram quase despercebidos.

Zorg chegam com uma sonoridade que rompe totalmente com os primeiros. O punk-rock no formato mais cru é a sonoridade mais marcante desta banda. Muitos do que estiveram a assistir à primeira banda aproveitaram para visitar outros espaços do festival, os restantes estavam receptivos mas mantiveram-se sentados ou sem grandes movimentações, o que pareceu não agradar ao vocalista que criticou os presentes por reagirem histericamente quando uma banda estrangeira no palco principal diz "muihtoh ohbrighado" mas não aplaudem as prestações nacionais. Antes de mais convém frisar que quem vai assistir ao palco secundário são os fãs de música em geral e defensores da música feita em Portugal ou por portugueses, não são propriamente aqueles que apenas ouvem os grandes hits na rádio nem tão pouco os "apaixonados" por uma banda ou artista em particular. Certamente que poucos dos presentes reagiriam como o vocalista disse. Quanto à falta de aplausos, facilmente se percebe pelo cartaz que este não era um festival para fãs de punk, portanto é natural que todos tivessem uma certa dificuldade em perceber/sentir os temas e o punk não é tão facilmente expressável através do corpo como o hip-hop que invadiu o mesmo palco na tarde anterior. Apesar dos temas serem curtos, a sonoridade era sempre análoga, o que se tornou algo maçador.

Pelo palco ainda passaram os Mofo, os Mesa e o DJ Rui Vargas mas jantares e actuações no palco Optimus revelaram-se prioritárias. Sabe-se apenas que as performances foram bastante boas, com os Mesa a serem bastante mais bem recebidos do que no ano anterior (talvez por terem actuado às 23h e não às 18h).

O festival repete-se para o ano (se tudo correr bem) mas para já cumpre-se o Ritual portuense que, apesar de um cartaz menos forte, promete afirmar os novos nomes da música portuguesa que já passaram em edições anteriores pelos Jardins do Palácio de Cristal. Lá estaremos!

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